SOU EU...
Sou eu aquela que chora
Mas que consegue esconder
Alguma lágrima que rola
Sem que eu consiga reter.
Sou eu aquela que canta
Mas quase ninguém escuta,
Que transforma a dor em canto,
Que jamais implora ajuda...
Sou eu quem sofre calada,
Evitando entristecer,
Que passa noites acordada
Tentando compreender
O porquê de esconder mágoas
Quando o peito quer doer!
Talvez eu seja também,
Aquela a quem a solidão
Ditou regras e que ninguém,
Tentou quebra-las até então...
Às vezes, penso que sou
Rejeitada pela vida,
Vida esta que me adotou
Na qual fui sempre esquecida...
E mesmo assim, canta o pranto,
Tentando até esconder
Que só cantando é ouvida,
Quando é difícil entender,
Que as canções que eu componho,
Somente a mim, dá prazer.
É só por isso que eu canto
A dor que me faz sofrer.
E assim, vou caminhando
Pelas estradas da vida
Em busca de algum encanto
Que este mundo ainda abriga.
E enquanto faço de conta
Que a esperança se agita,
Cá dentro deste meu peito
Onde o silêncio é que grita,
Vou sufocando no canto
Essa dor que me escraviza.