Abra o Olho, Fecha a Boca.
Se não se fala mais de amor,
vamos falar da vida alheia.
Mexeriqueiras na sacada,
olhos atentos, serpenteia
Uma diz: - Olha os cabelos de Maria, parece que nem penteia.
Outra completa: - Repara como Margô engordou. Será que engravidou. E tem pai?
Uma debocha: Não, é filho de chocadeira.
Outra vê longe: Olha Augusto, pobre homem, subindo a ladeira, tem por companheira, mulher tão "regateira".
Uma diz: Corre que o feijão queimou. Hora de ir á feira!
Outra diz:Dia de hoje ás melhores, fruta doce que dá gosto.
(Amarga é tua vida)
Pobre Augusto, amigo querido, sempre disposto a ajudar Uns e Outros, acredita ir á igreja toda tardinha, Tereza casta.
E uma voz (consciência) diz à Outra: Veja em tua volta, a maldade te faz companhia noite e dia. Língua ferina te basta?
Ó Tereza e teu marido,
Ela de ti não se esconde,
Ele nem disfarça,
Só tu não vê. Nem percebes?
- Que desgraça