Abra o Olho, Fecha a Boca.

Se não se fala mais de amor,

vamos falar da vida alheia.

Mexeriqueiras na sacada,

olhos atentos, serpenteia

Uma diz: - Olha os cabelos de Maria, parece que nem penteia.

Outra completa: - Repara como Margô engordou. Será que engravidou. E tem pai?

Uma debocha: Não, é filho de chocadeira.

Outra vê longe: Olha Augusto, pobre homem, subindo a ladeira, tem por companheira, mulher tão "regateira".

Uma diz: Corre que o feijão queimou. Hora de ir á feira!

Outra diz:Dia de hoje ás melhores, fruta doce que dá gosto.

(Amarga é tua vida)

Pobre Augusto, amigo querido, sempre disposto a ajudar Uns e Outros, acredita ir á igreja toda tardinha, Tereza casta.

E uma voz (consciência) diz à Outra: Veja em tua volta, a maldade te faz companhia noite e dia. Língua ferina te basta?

Ó Tereza e teu marido,

Ela de ti não se esconde,

Ele nem disfarça,

Só tu não vê. Nem percebes?

- Que desgraça

Anna Lima
Enviado por Anna Lima em 28/03/2012
Reeditado em 03/04/2012
Código do texto: T3580102
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