ESTETAS, REFÚGIOS E GEMAS

Um amigo, falou-me sobre "estetas”, desejando tirar-me das controvérsias do cotidiano. Refletindo sobre sua chamada, pude compreender o porque de quanto mais tento saber de certos assuntos, mais ausento-me deles! Acudida pela arte... será? Ou acuada pelo corriqueiro!

Escrevi certa vez sobre os cliques Repentinos, sobre como denunciam

e abrolham doravante a nossa vontade.

Agora este clique vem de fora, busca-me salvando-me de redutos que não me pertencem.

Fecho os olhos e na ausência deste meu amigo, forjo um momento de encontro apenas para ver-lhe os olhos e sentir-lhe grata, por colocar- me de volta no interior do que bem me acomoda.

Nesta superfície, me atiro como por necessidade entre a impressão e a expressão, tentando me ater ao momento que se ilusão não é, é na medida um sonho, que murmura nos ouvidos, estalidos chicoteando os espaços, movimentando partículas, carregando sons, vibrações.

Um sonho que tivesse os prismas e as cores das gemas. E das cores das gemas, em sobrevida sentimentos variados da arte depurados por pinceis, tornando assombrado um olhar para acompanhar o repouso dos ouvidos na seleta melodia de orquestras.

Que venha a mim toda a expressão sensível e derradeira, que venha...

O impressionismo que fascina decompondo o real ;

o expressionismo que distorce formas com impacto emocional;

o surrealismo com a força criativa e ativa do subconsciente;

a abstração que alonga as idéias para muito além da forma.

E viajando ainda pelo caminho contrário,posso esmerar-me pela visão plástica do classicismo, no tempo que não está suprido pelo relógio de agora. Invocar o azul da prússia, dos matizes o menos expansivo a explodir na gema lápis lazúli, para um refúgio da paz, esta que desejo agora.

Dai-nos ARTE, por benefício; dai-nos...

ou ROGAI POR NÓS!