Outono, uma estação de transformação!

No dia 20, o Sol cruzou o equador celeste e lançou seus primeiros raios sobre a constelação do signo de Áries, anunciando aqui no hemisfério sul a entrada do Verão, esta peculiar estação.

Em muitos lugares do mundo, em muitas antigas tradições, é comemorado o Ano Novo, o Novo Ciclo de possibilidades e realizações.

Assim, desejo dividir contigo nossas esperanças e anseios para que todos possam refletir sobre este novo momento que virá. Pois, astrologicamente, é um primeiro momento do primeiro signo de um ciclo de doze, que demarcaram em nossas almas a marcha de nossas próprias possibilidades de evolução, já que aqui estamos para o nosso aperfeiçoamento e divina realização.

Aceita, pois, meu carinhoso abraço, no desejo de que a Roda da Vida gire no sentido favorável dos resgates e da evolução, trazendo à sua Alma as mais belas e profundas experiências, a partir desta nova estação.

Outono, uma estação de transformação!

O outono é uma estação peculiar. Ela promove, em toda a Natureza, uma sutil e lenta transformação que vai, também, aos poucos preparando as almas daqueles que tem o privilégio de respirar sua atmosfera e perceber suas razões.

Em certos lugares, esta singular mudança se evidencia pela particular beleza com que toda a Natureza se reveste, lentamente. É como que ela, ritmicamente, se despojasse de suas últimas sobras para melhor se interiorizar e, assim, o rigoroso inverno enfrentar.

Bem próximo do mar e ao em torno dos lagos, nas manhãs marcadas pelas intensas luzes e o suave calor do sol, pode se perceber que tudo colabora, como um processo alquímico, para ser criado às condições ideais para a chegada do frio que no inverno virá e que tudo deverá abraçar.

Pode se afirmar que o outono é a estação da preparação, para a grande transformação. Que, depois, na primavera permitirá tudo renascer.

Os bosques, os parques, se tornam lugares extraordinários para caminhar e buscar a comunhão ideal com as forças naturais, na sutil comunicação que pode se estabelecer pelo intenso clima de paz, que reina por toda a Natureza e que deve, também, em nossa alma se manifestar.

A suavidade da estação peculiar promove, ainda, sentimentos bem especiais, que podem abrir nossas percepções e, assim, nos conduzir a um grau de encantamento, onde o contato com o nosso inconsciente muito rapidamente, também, se faz. Pois, esta bela estação se assemelha aquele estado de relaxamento, de letargia, de abandono, anterior ao sono, que nos coloca diretamente em conexão com o mundo que povoa o nosso interior e onde reina a nossa imaginação.

Mas, também, onde se esconde nossas sombras, nossas dores, nossos segredos e desejos mais íntimos de amor, ódio, necessidades e frustrações.

A cada passo, a cada respiração, neste clima ameno, de suavidade e encantamento, nosso corpo, nossas almas, nossas mentes, integram-se harmoniosamente a paisagem. E, assim, pode-se sentir a nossa própria respiração que, também, se torna lenta e profunda a cada sentimento, a cada emoção.

É neste estado que podemos ouvir, então, o pulsar do nosso próprio coração, que parece dar ritmo aos cantos dos pássaros que, ao longe, já ensaiam seus primeiros movimentos de migração.

Estes movimentos mágicos, com seus ritmos particulares, são como um suave dançar, como num ritual. È uma preparação para as nossas almas, que como as lagartas, deverão seus casulos construir, para neles, também, em silêncio se recolherem.

A cada som uma palpitação. A cada palpitação um triste despedir.

A cada passo um contato com o passado, no mundo da imaginação.

No contato a revelação de que tudo, perenemente, também está, como o homem, em profunda transformação.

Assim, a vida se projeta diante de nós, nesta significativa estação. Indicando que, no eterno movimento da transformação, sempre repousa a possibilidade de nossa evolução.

Que o outono seja a preparação efetiva de tudo que, no interior, necessite de transformação, para que a Alma encontre, um dia, a possibilidade da sua verdadeira renovação!

Pois, é ela - esta suave estação - que abre nossos corações e mentes para a comunhão.