Chico veio, Chico se foi. Chico ficará.
Dizem os entendidos das emoções e sensações que mais fácil é fazer chorar. Pois, para isto basta as tristezas, as sombras, dos outros saber invocar.
Sejam através de palavras carregadas de lembranças, de arrependimentos, de remorsos, de desejos, de paixões. E, até mesmo, de raiva, de culpa e de frustrações.
Difícil mesmo é fazer sorrir. Já que para isso, é preciso a criança de outro saber evocar. Despertar, aquela criatura pura, quase inocente que, geralmente, dorme dentro da gente.
Esta é uma arte que, embora possa se aperfeiçoar, já nasce com certas almas que tem o dom de saber fazer a alegria se manifestar e os outros nela se contagiar.
Ainda bem que ele advogado não se formou, uma vez que fugiu dos livros e não quis ser doutor. Pois embora pudesse, pela invocação da lei, muita gente ajudar, nos palcos não poderia as pessoas encantar.
Ainda bem que, também, desistiu de fazer a bola rolar. Pois, assim, o Brasil perdeu um goleador de placa, mas seu povo ganhou um craque da arte da imaginação estimular.
Hoje Chico, você que, como poucos, só precisam de um gesto ou uma expressão para fazer outra alma gargalhar, nós pós a chorar!
Choro de saudade.
E, sobretudo, de gratidão, de reconhecimento. Pois, em meio às tristezas da vida da gente, você sempre nos presenteou com as mais intensas e alegres emoções, sempre nos fazendo gargalhar.
Lá onde nasci, nos tempos idos, quando alguém partia desta para a outra, muitos diziam: “vai descansar”. Mas, não sei não! Não quero os sábios de a minha infância contrariar, mas acho que agora, querido Chico, é que você vai trabalhar!
Creio, para não precisar saber, que muito em breve o Céu mais alegre ficará, pois já...já, lá você vai chegar!
Obrigado Chico, por saber pelo humor saudável aqui, também, ficar!
José Paulo Ferrari – 23 de abril de 2013, 15h30minhs.