Precisamos de uma prosa, ainda que poética,
Que eu não sou muito dado a compreender sinais.
Compreendo mais os finais
E, mesmo assim, quando sou eu que os escrevo.
Mas como quase nunca escrevi finais
Eu não compreendo nada...
Eu não devia mais vir aqui,
Não devia deixar a poesia me trazer aqui.
Não devia seguir os pressentimentos cegos
E os tolos sentimentos sobre coisas e lugares
Onde vão morrer todos os inúteis olhares...
Eu não devia mais vir aqui.
Há tanto por fazer onde vivo,
Na vida que tento e lido, e consigo!
Eu não devia mais vir aqui
Onde tudo o que há é só desperdício.
É de repente que um transe me traz essas idéias...
Estranho sair das entranhas o que nem era entranhado.
É um desperdício desperdiçar o que me falta.
Poetizemos como se não fosse só mais um desperdício,
Desperdiçar palavras, olhares, emoções e sensações,
Sentimentos, pressentimentos, consentimentos...
Desperdiçar tanta beleza,
Que quem olha nem sabe que posso e tenho e faço.
Sou eu que traço o limite que eu mesmo ultrapasso...
E só eu é que desfaço o que ainda nem fiz ou quis.
E nem sei o que serei. Não sei o que será de mim
Sei que nunca saberei, mas escreverei
Extravasarei esse quase nada que é tudo que me resta
E espalharei meus piores gritos pelos silêncios indolentes
Porque o mundo há de ser sempre feito de surdos aflitos
E cegos que nunca tiveram qualquer imaginação.
Será feito dessa estupidez de modos tão inteligentes...
Eu não devia mais vir aqui
Ganhar para outrem todo o tempo que perco de mim
Tempo de ser e de saber, tempo de fazer, de não parecer
Tempo de nunca mais desaparecer.
Um tempo de não mais dizer...
Basta desse querer medroso e hipócrita!
Não cabe retórica alguma nas minhas vontades...
Basta de dizer o que se diz por dizer por assim dizer,
Falar agora é fazer acontecer o que pensei
Ou deixar ser o que ainda nem imaginei
Pelo prazer inadiável de ter de ser e ser!
Imagina que eu viria aqui!
Imagina que eu ficaria mais tempo aqui
Que eu voltaria mais uma vez aqui
Que eu realmente viria aqui
Somente para buscar o que nem senti...
Que eu não sou muito dado a compreender sinais.
Compreendo mais os finais
E, mesmo assim, quando sou eu que os escrevo.
Mas como quase nunca escrevi finais
Eu não compreendo nada...
Eu não devia mais vir aqui,
Não devia deixar a poesia me trazer aqui.
Não devia seguir os pressentimentos cegos
E os tolos sentimentos sobre coisas e lugares
Onde vão morrer todos os inúteis olhares...
Eu não devia mais vir aqui.
Há tanto por fazer onde vivo,
Na vida que tento e lido, e consigo!
Eu não devia mais vir aqui
Onde tudo o que há é só desperdício.
É de repente que um transe me traz essas idéias...
Estranho sair das entranhas o que nem era entranhado.
É um desperdício desperdiçar o que me falta.
Poetizemos como se não fosse só mais um desperdício,
Desperdiçar palavras, olhares, emoções e sensações,
Sentimentos, pressentimentos, consentimentos...
Desperdiçar tanta beleza,
Que quem olha nem sabe que posso e tenho e faço.
Sou eu que traço o limite que eu mesmo ultrapasso...
E só eu é que desfaço o que ainda nem fiz ou quis.
E nem sei o que serei. Não sei o que será de mim
Sei que nunca saberei, mas escreverei
Extravasarei esse quase nada que é tudo que me resta
E espalharei meus piores gritos pelos silêncios indolentes
Porque o mundo há de ser sempre feito de surdos aflitos
E cegos que nunca tiveram qualquer imaginação.
Será feito dessa estupidez de modos tão inteligentes...
Eu não devia mais vir aqui
Ganhar para outrem todo o tempo que perco de mim
Tempo de ser e de saber, tempo de fazer, de não parecer
Tempo de nunca mais desaparecer.
Um tempo de não mais dizer...
Basta desse querer medroso e hipócrita!
Não cabe retórica alguma nas minhas vontades...
Basta de dizer o que se diz por dizer por assim dizer,
Falar agora é fazer acontecer o que pensei
Ou deixar ser o que ainda nem imaginei
Pelo prazer inadiável de ter de ser e ser!
Imagina que eu viria aqui!
Imagina que eu ficaria mais tempo aqui
Que eu voltaria mais uma vez aqui
Que eu realmente viria aqui
Somente para buscar o que nem senti...