Chá solitário
Tarde solitária
A dama espera sentada a janela
Um vaso companheiro
Flores sobreviventes
Do janeiro derradeiro
Porcelana fina
Cortinas primaveris
Pensamentos que evaporam
Ao sabor de anis
Palavras perdidas
A voz do silêncio
Ecoa ...
Lembranças
Desejos contidos
Adormecidos
Um olhar perdido
Na ãnsia de seu amor
No horizonte encontrar
Tal qual uma pintura estática na parede
Adormecida em seu deleite
A dama está a contemplar
O chá
A xícara
O bule
A porcelana fina
O vaso companheiro
É o único que lhe deseja
Parabéns por mais um janeiro
Em seu chá solitário
Doce sabor do amargo
Dos momentos que deixou de viver
Desejos contidos
Sonhos adormecidos
A cadeira vazia
É o símbolo da agonia
Tormento em fantasias
De quem adentra o manto negro da noite
E desfalece ao amanhecer.