Chá solitário

Tarde solitária

A dama espera sentada a janela

Um vaso companheiro

Flores sobreviventes

Do janeiro derradeiro

Porcelana fina

Cortinas primaveris

Pensamentos que evaporam

Ao sabor de anis

Palavras perdidas

A voz do silêncio

Ecoa ...

Lembranças

Desejos contidos

Adormecidos

Um olhar perdido

Na ãnsia de seu amor

No horizonte encontrar

Tal qual uma pintura estática na parede

Adormecida em seu deleite

A dama está a contemplar

O chá

A xícara

O bule

A porcelana fina

O vaso companheiro

É o único que lhe deseja

Parabéns por mais um janeiro

Em seu chá solitário

Doce sabor do amargo

Dos momentos que deixou de viver

Desejos contidos

Sonhos adormecidos

A cadeira vazia

É o símbolo da agonia

Tormento em fantasias

De quem adentra o manto negro da noite

E desfalece ao amanhecer.

Clara Fênix
Enviado por Clara Fênix em 19/03/2012
Código do texto: T3562910