CONSUMIÇÃO
Nas mãos dele está o meu coração...
Sinto me presa por garras fortes, tais como a das águias.
Ele disso não sabe, não percebe!
Quanto a mim, sinto que os meus ossos consomem-se,
delibita-se a minha força, gasta-se a minha vida.
Nas mãos dele estão os meus dias,
estou esquecida em seu coração...
Entre gemidos constantes, confunde-se a minha voz,
os ouvidos dele não alcançam os meus suspiros.
Tudo se consome ao meu redor,
e a minha carne envelhece...
Sua postura afasta a paz dos meus pensamentos.
Ele me tem feito habitar em terra fria, congelada,
cercou-me de muro, e já não posso sair!
Ainda clamo, grito e confesso,
porém ele não admite a minha oração.