Pio no fio por osmose

De uma casa de concertos

A música propagava-se em fios

Montavam com raro acerto

Partituras com passarinhos

Que um poste ao outro levava

Sinfonias convertidas em pios

Então cantava-se nos ninhos

Liszt, Wagner, Chopin e Ravel

Coquetel, num poste de Babel

Vieram aves de muito longe

Trinavam no Tibet para monges

Punham-se com o fio em contato

Absorviam a música pelo tato

Virou lenda, o cordel verseja

Quem passa por ali solfeja

Ou assobia morto de inveja

Até o temporal não troveja

Acredite... ainda que não veja

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 16/03/2012
Reeditado em 16/03/2012
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