Pio no fio por osmose
De uma casa de concertos
A música propagava-se em fios
Montavam com raro acerto
Partituras com passarinhos
Que um poste ao outro levava
Sinfonias convertidas em pios
Então cantava-se nos ninhos
Liszt, Wagner, Chopin e Ravel
Coquetel, num poste de Babel
Vieram aves de muito longe
Trinavam no Tibet para monges
Punham-se com o fio em contato
Absorviam a música pelo tato
Virou lenda, o cordel verseja
Quem passa por ali solfeja
Ou assobia morto de inveja
Até o temporal não troveja
Acredite... ainda que não veja