MEU VESTIDO VERMELHO - de texto original de 1990
Eu te procuro através do meu próprio vestido vermelho e do meu estar não estando, como um sonho dentro de um sonho dentro de um sonho dentro de um sonho... tão real quanto qualquer outro real que, afinal, não há resolução possível à vista para a equação deste viver e desta dor. (em 26 de abril de 1990).
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Em verdade, só nos foi, nos é e nos será permitida a sempre precária e provisória solução da poesia, solução que nos contém, nos extrapola, nos exclui, desde sempre e talvez para sempre, de qualquer presença efetiva no real imediato dos dias. (Às 16hs37min de 15 de março de 2012).
E eu ergo, neste momento, uma taça de vinho em brinde à realidade mais funda e mais secreta e mais verdadeira e mais impossível de todas as realidades que até hoje me foi e tem sido dado viver. (Às 17hs04min de 15 de março de 2012)
Término desta escrita às 17 horas e oito minutos de 15 de março de 2012, quinta-feira, em saudação à tarde de 15 de março de 1990, também em uma quinta-feira; publicação deste mesmo texto às 17hs 11min. da presente tarde de 15 de março de 2012, há exatos 22 anos depois.