Hoje até minha sombra já pedi para andar longe de mim
Que triste sina, a vida me ensina.
Colher sem escolher.
Deu errado de novo, vou correr do povo,
volta à revolta, sabor de rancor.
A face flagelada, coração na gelada.
Pobre alma amargurada, despedaçada, triturada.
Hoje até minha sombra já pedi para andar longe de mim.
Enfim, nem sei se tenho um fim.
Ave de mau agouro que arranca meu couro,
a sorte pediu dispensa, a mente já não pensa.
Fui colocado na prensa.
A obra é o que a vida cobra, hoje a angustia tá de sobra.
Quero andar sozinho sem saber de nenhum caminho,
nem sei se quero chegar a algum lugar, cansei de esperar.
Respirar ta me dando aflição, escuto a lição.
Seria uma maldição?
Nem sei o que fazer para tentar de novo me querer.
A mania de ser, que me deixa sem saber.