A natureza em festa!
Assisti se abrirem flores brancas, azuis, amarelas, vermelhas...
Assisti o milagre da criação e me emocionei com a generosidade
da natureza,
e quase num impulso, desejei compartilhar aquele momento
com quem amo, com quem admiro.
A alegria que me inundava devia ser dividida com todos
que me tocam o coração,
mas,
quando pensava assim, escuto uma voz interior que me diz:
o que te envolve e emociona,
não os envolve e emociona, já que não vêem com teus olhos,
nem têm tua alma e sensibilidade.
Não que não possuam alma, ou sensibilidade,
apenas não estão em sintonia com a tua alma,
com a tua sensibilidade.
Que pena, toda aquela beleza me deleitava,
meu sentimento era de embevecimento atrelado
a uma vivência comum,
não convivência,
mas êxtase compartilhado.
Como é maravilhoso ver que todas aquelas flores se abriam,
e nenhuma estava competindo com a outra em beleza,
em graça,
mas ao invés disso,
a impressão que dava era o da existência de um sincronismo,
sincronismo de umas com as outras,
com o sol,
com a brisa,
com o Criador!
A natureza não estava em festa,
a natureza era a festa!