BOIADA
BOIADA
Mmuuuu.....muuuu.....mmuuuu......
Delém....delém....delém......
Corra, que lá vem a boiada
Repare, o berrante está bem perto
E é um tal de arrancar os sapatos
Erguer as saias e sair correndo
Sem tempo, Maria subiu em uma árvore
E, lá de cima, se deleitou
Com os chifres pontudos dos animais
A poeira ardendo nos olhos
E os boizinhos seguindo sua trilha
Que bichos bonitos esses?
Pelos brilhantes, olhos límpidos e doces
Mas, pera aí? É esse bicho que a mãe cozinha?
Bife de caçarola? Rabada com polenta?
Vaca atolada? Cozido de boi?
Bife à milanesa? À parmegiana? À rolê?
Mocotó? Língua ao molho de vinho?
Tirinhas de fígado acebolado?
Rocambole de carne moída?
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Ai, isso é demais, tratam bem assim
Os bichos já condenados?
Que covardia!!!!
Bom, o leite eu aceito
Delicioso, espumoso e quentinho
Tirado logo de manhãzinha
Maria recorda todos os quitutes
Que havia comido com gula
E olhava os olhos límpidos dos animais
Via os tornozelos fortes
E o mocotó cheiroso na caçarola
O ventre volumoso... dobradinha
O cupim.... na churrasqueira
Começa a delirar, o sol arde
E Maria, seis anos de idade
Despenca de seu galho
Bem no meio da boiada!
Preta Fá