BOIADA

BOIADA

Mmuuuu.....muuuu.....mmuuuu......

Delém....delém....delém......

Corra, que lá vem a boiada

Repare, o berrante está bem perto

E é um tal de arrancar os sapatos

Erguer as saias e sair correndo

Sem tempo, Maria subiu em uma árvore

E, lá de cima, se deleitou

Com os chifres pontudos dos animais

A poeira ardendo nos olhos

E os boizinhos seguindo sua trilha

Que bichos bonitos esses?

Pelos brilhantes, olhos límpidos e doces

Mas, pera aí? É esse bicho que a mãe cozinha?

Bife de caçarola? Rabada com polenta?

Vaca atolada? Cozido de boi?

Bife à milanesa? À parmegiana? À rolê?

Mocotó? Língua ao molho de vinho?

Tirinhas de fígado acebolado?

Rocambole de carne moída?

.....................................................................

Ai, isso é demais, tratam bem assim

Os bichos já condenados?

Que covardia!!!!

Bom, o leite eu aceito

Delicioso, espumoso e quentinho

Tirado logo de manhãzinha

Maria recorda todos os quitutes

Que havia comido com gula

E olhava os olhos límpidos dos animais

Via os tornozelos fortes

E o mocotó cheiroso na caçarola

O ventre volumoso... dobradinha

O cupim.... na churrasqueira

Começa a delirar, o sol arde

E Maria, seis anos de idade

Despenca de seu galho

Bem no meio da boiada!

Preta Fá

Preta Fá
Enviado por Preta Fá em 12/03/2012
Código do texto: T3549953