EXPERIMENTANDO AS CORES
Convidei para um passeio
as cores do arco Iris.
E elas lá no céu estão...
Adentraram em mim velozes,
sacudiram o meu mundo e fugiram...
Sábias, e em mim porta vozes.
O brandir das cores integralizou-me o ser
Revelou-me segredos
Amputou-me tolos medos.
Falou-me da solidão inventada e desnecessária
Falou-me das falsas e invisíveis amarras.
Trouxe-me um presente em flor,
tão natural, sem parâmetro com qualquer real:
o embate frenético das cores em mim,
pugnando por novas cores,
novos pensamentos...
Abalou-me de tal forma,
que cansada,
pensei numa expulsão...
Bastaria-me apenas o azul sereno,
continuaria em minha doce ilusão...
Donos do meu pensar,
O vermelho e o laranja reagiram á minha pretensão:
chamaram-me de covarde
compeliram-me à ação.
Cega e ingênua observava
Pensamentos e sentimentos
em enérgica contradição
Quietinha e apavorada perguntava:
qual deles tem razão?
Num ato de extrema bravura
quedei-me ao querer das cores
Arrisquei-me em cada uma delas,
Risquei apaguei, colori
Sofri e sorri em todas as tonalidades,
Fiz do Sentimento pensamento
E passeei na felicidade.