Meu caro amigo
Meu caro amigo,
Vou te deixar por debaixo da porta um segredo, e neste segredo ha sopros de brisa do mar, quando abrires, fecha os olhos e sente...
sentiras em tua face um certo vento quente, e provavelmente haverá respingos de sal. Te mandei um pedacinho de um mar, um mar de coisas tantas. Quem sabe um dia ainda possamos rir desta distância, e talvez comemorar da vida, a dança. Mas hoje apenas quero mandar este bilhete, junto a ele irá um ramalhete: Hortênsias azuis, para te lembrar do céu.
Meu caro amigo, temos a alma exposta num papel e este papel virará folha amarelada qualquer dia, mas os dias provarão que valeu a pena
persistir, insistir e lutar...
Sei que as vezes cansa! da vontade de embriagar-se de tudo isso e mandar ás favas esta vida, como barquinho de papel em mar revolto,
sei das aves brancas e dos corvos, sei do frio da terra e do ar, mas ainda que com passos lentos, nós sabemos navegar no vento!
somos veleiros de expressão, sombras de gaivotas em águas cristalinas
E enfim, meu querido amigo, neste bilhete de poucas linhas e com gosto de mar entrego-lhe a bandeira branca da vitória! e que assim seja.
Márcia Poesia de Sá - Poema escrito para Wasil Sacharuk.