DECEPÇÃO

DECEPÇÃO

Enterrei minhas mãos na profundidade da areia quente

Até não mais vê-las

Esperei algo retirar

Rompi todas as barreiras

Passei por todas as pedras pontiagudas

Permiti o sangrar da mão

Deixei o sangue escorrer

E não o vi,

Não o quis ver...

Senti todas as dores do sangue,

E não o vi

E em mim não doeu!

Retirei as mãos resignadamente vazias

Cheias apenas de minúsculas partículas

De um esperar esfacelado...

De areia...

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 08/03/2012
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