A vida de Maria
Maria era mais uma menina que achava a vida boa, garota ingênua acreditava ser mulher. Maria aproveitava os prazeres da vida, os prazeres eram eternos, e, aos poucos, entrelaçavam-na em uma ilusão. Maria deixou-se levar pelos fatos. Maria não tirara nenhuma conclusão da vida. E a vida malina seguiu seu rumo, levando-a nas costas, esculpindo, em seu rosto, as consequências e os vícios decorrentes de escolhas turvas. Maria fez do sentimento de ingenuidade pura sobrevivência. Maria, depois de muitas sequelas, percebeu o quanto se enganara com vida, ou melhor, com a imagem que fazia da vida. Maria teve o corpo consumido por tragos. Maria se entregou. Maria procurou. Maria procurou alguém capaz de levantá-la daquele buraco. Maria encontrou. Maria levantou, tomando emprestadas as forças de mãos amigas. Maria se tornou mulher e sua lucidez, enfim, caiu como uma máscara em sua vida.