Antes que...
 


Antes que me cale a voz da saudade
E o amor que habita em nós pereça
Eu quero a simplicidade da chegada
Dessa que traz a alma largada,
Os pés descalços
E o único e punjente desejo
De querer chegar e ficar até a aurora...
Chegar sem hora marcada,
Sem explicações,
A qualquer momento no exato lugar...
Depois,
Despir-me do peso das acusações,
Das falsas razões,
Da falsa moral,
Deitar o corpo cansado sobre a relva verde,
Olhar o céu todo azulado,
Descansar à sombra plácida de um ipê amarelo
Com a certeza típica de criança,
De que meus róseos sonhos não serão roubados...
E ainda que eu sonhe acordada,
Quero vê-los com olhos brilhantes e apaixonados
Correndo pelos prados
Livres,
Irreverentes,
Sutilmente alados...
Hoje quero simplesmente
Deixar que o vento se emaranhe em meus cabelos
E depois
Enrolá-los em um novelo de felicidade
Quero a transparência perfumada da amizade
Na delicadeza real de coisas que têm sabor
E assim,
Chegando,
Espalhando-me
Fincando minha bandeira
No território sagrado do meu pecado
Quero ficar enfim, meiga e louca...
Até que me peças pra ir...
Porque chegar e partir
Faz parte da mesma história
Desse turbilhão que chamamos de amor...



Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 07/03/2012
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 07/03/2012
Reeditado em 07/03/2012
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