Esquecida
 
Ó Rosalina, que aconteceu a ti,
Além do poeta tê-la esquecido?
Por sorte tiveste a vida poupada.
Por mero esquecimento sobreviveste.
Daquele caso foste tão coadjuvante,
Tão esquecida e destratada que saíste ilesa!
Sabes acaso do que foste banida?
Tens noção que pelo esquecimento foi salva?
Sabes Rosalina o quanto foste protegida pelo acaso?
Quanto choraste inocente pensando-se dispensável!
Viveste quantas amarguras na ilusão que sendo protagonista, serias mais feliz do que supostamente foste?
Ó Rosalina, quanto foste feliz pelo desdém sem saberes.
Se tivesses sido vista com mais cuidado e interesse,
Terias apenas uma finalidade trágica que para nada serviria.
Rosalina, Rosalina aquela pena te salvou eternamente.
Jamais morreste, jamais foste triste de não ter mais jeito.
Apenas passaste a eternidade esquecida na paz dos esquecidos.