Retornos
Vi o vento fazer cair as folhas das cerejeiras,
mas elas plainavam até o chão resistindo à queda tão docemente,
dançavam com a brisa feito fossem um par de valsa,
davam voltas e deslizavam de repente, numa coreografia modesta e fascinante,
até que as vi caídas, mortas, na terra que as nutriu, percebi-as perecer...
Como quem obedece a esse senso de retorno aos lugares oriundos,
como se pertencêssemos a algo desde sempre...