N'algum
N'algum lugar presente
Há de ter ausente
Aquela que não será mais culpa
Numa verdade que não seja tua
Cuja a água insipida há de ser pura
Donde a mágoa não lhe seja o sal
N'algum lugar aparente
Há-de encontrar as pétalas
Que restou neste campo, outrora farto
Agora, apenas desencanto
Assim sem vida, em penas, seca
Há-de se recordar
Que um dia, ainda que num lampejo
A flor, que viçosa em ti,
Abriu-se por entre os dedos
E murchou-se, em foça
Apenas com o teu sorrir
Há de colher o ramo
E chorar-te uma lágrima
Não há de curar teu pranto
Pois não haverá vida.
N'algum, meu ser,derramo
Ao som de "Nalgum lugar."