A lua que eu te dei
Posso te falar dos sonhos, das flores, de como a cidade mudou
Posso te falar dos medos, do meu desejo, do meu amor
Posso te falar de tudo que sinto
e ainda assim permanecer em silêncio sem dizer nada
apenas para contemplar o silêncio que existe entre nós
Posso falar da tarde que cai e aos poucos deixa ver no céu a lua
que um dia eu quis dar a você
Mas não posso entregar algo que nunca me pertenceu
Mesmo querendo muito, mesmo que fosse o mais certo
não posso dar aquilo que nasce, brilha em seu mais alto esplendor, e nos abandona
Não quero ser lembrado assim...
Sempre que posso, fujo da minha realidade,
me perco propositalmente em devaneios até altas horas
No banho, durante o sono, a qualquer momento
viajo sem rumo, curto a minha loucura sobre mim mesmo
me entrego a tudo e a todos sem medo de ser feliz
Sei que no final, a chuva vem, me acorda
o choque me espanta
Poxa! Isso é real? Essa é a vida?
Como fazer para deixá-la e viver no meu sonho?
Adaptado de: A lua que eu te dei - Ivete Sangalo
Por: Raoni Sanfelicce e Afonso Herrera