Père-Lanchaise, solo sagrado
“The time to hesitate is through
No time to wallow in the mire
Try now we can only lose
And our love become a funeral pyre”
(Light my Fire: Robby Krieger, The Doors)
De que me vale construir pirâmides?
Se vago a esmo nessas terras áridas...
... Nessas terras áridas e inóspitas!
As mesmas terras em que o jovem faraó foi enterrado
Mumificado, idolatrado e, pelos seus súditos, consagrado
Aqui, só o leito do rio contém os nutrientes
E são necessários todos os esforços para preservar sua lápide
Extremamente necessário também é espalhar suas sementes
Para permitir a evolução de espécies raras...
... E em ritmo rápido curar os pobres doentes
Às margens do Sena, difícil é, dizimar pestes
Dormi num sonho e vivo um pesadelo no oriente
Olho para o alto, em meio à tempestade de areia
Não há nada que me oriente... Nada!
Não há corpos celestes e nem estrelas cadentes
Nada, brevemente, porém... Sinto uma esperança, nada mais
Sou um navio sem cais, mas, em meio ao caos, volto a nascer
Dentro dessa banheira, sinto o amor novamente crescer
E, em Père-Lanchaise declaro que os amo...
... Amo todos os meus amigos, amo-os!
Os que vieram, os que se foram e os que erraram comigo
Festejaremos a saída daqui?
Está tão apertado, tocar-nos-ão os órgãos?
Brancos e negros, juntos, como peças de um piano...
... Escaparemos de mais essa cilada?
Cilada, essa, que nós mesmos planejamos
*A Ray Manzerek, John Densmore e Robbie Krieger.
*Père-Lanchaise, cemitério de Paris
onde está enterrado o corpo de James Douglas Morrison