Père-Lanchaise, solo sagrado

“The time to hesitate is through

No time to wallow in the mire

Try now we can only lose

And our love become a funeral pyre”

(Light my Fire: Robby Krieger, The Doors)

De que me vale construir pirâmides?

Se vago a esmo nessas terras áridas...

... Nessas terras áridas e inóspitas!

As mesmas terras em que o jovem faraó foi enterrado

Mumificado, idolatrado e, pelos seus súditos, consagrado

Aqui, só o leito do rio contém os nutrientes

E são necessários todos os esforços para preservar sua lápide

Extremamente necessário também é espalhar suas sementes

Para permitir a evolução de espécies raras...

... E em ritmo rápido curar os pobres doentes

Às margens do Sena, difícil é, dizimar pestes

Dormi num sonho e vivo um pesadelo no oriente

Olho para o alto, em meio à tempestade de areia

Não há nada que me oriente... Nada!

Não há corpos celestes e nem estrelas cadentes

Nada, brevemente, porém... Sinto uma esperança, nada mais

Sou um navio sem cais, mas, em meio ao caos, volto a nascer

Dentro dessa banheira, sinto o amor novamente crescer

E, em Père-Lanchaise declaro que os amo...

... Amo todos os meus amigos, amo-os!

Os que vieram, os que se foram e os que erraram comigo

Festejaremos a saída daqui?

Está tão apertado, tocar-nos-ão os órgãos?

Brancos e negros, juntos, como peças de um piano...

... Escaparemos de mais essa cilada?

Cilada, essa, que nós mesmos planejamos

*A Ray Manzerek, John Densmore e Robbie Krieger.

*Père-Lanchaise, cemitério de Paris

onde está enterrado o corpo de James Douglas Morrison

Marciano James
Enviado por Marciano James em 02/03/2012
Reeditado em 04/03/2012
Código do texto: T3531889
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