A morte do Sonhador
A morte do sonhador
-Pare!
O que você esta fazendo aqui?
-eu? Vegetando?!
-porque suas lágrimas tão caindo que nem sangue?
-nada... nada
-hey!! Olhe pra este espelho!
-ai meu...
Eu to morto!! Eu to morto!!!
Ahhhh!! Isso não é real!
Isso não pode ser real!
-mas é... criança
(ohhhh)
Eu sonhei
Todo esse tempo
Eu chorei todas as lagrimas que pude
E ri...os mais puros sorrisos...os mais
Sonhador...
Sonhador
Eu era
Eu sabia o que dizer
O que fazer
Mas eu morri
Sem sentir
Por que eu continuo?
Por que estou aqui?
Como uma criança medrosa
Correndo dos pais
Fugindo de si mesmo
Gritando assustado de um pesadelo
Não!! Não!!!
Isso não sou eu...
Não...
Eu morri
É... Eu to morto...
Deixo pra quem fazia parte dos sonhos
Memórias
Deixo para eles
Meus desejos
Não...
Não... Isso não sou eu
Eu morri... Isso não pode ser eu
O sonhador morreu
Morreu junto com o antigo sonho de mudar o mundo
Junto com o antigo sonho de liberdade
Junto com o antigo sonho de esperança
E agora o sonhador está morto
Só resta um espírito amedrontado de uma criança medrosa
-Hey... Olhe para você
O que você vê?
Olhe...
-uma criança assustada demais pra morrer
-olhe mais fundo... Olhe na alma
O que você vê?
-alguém morto... Aterrorizado nas trevas (escuridão) envolto do seu próprio sangue
-é... e quem ta perto dele?
-ninguém
-verdade? Os fantasmas do passado... Será que o deixaram livre?
-não... Eles estão lá perto... Bem perto
-você sabe por quê? Você sabe como?
-não
-É porque você não está totalmente morto
Esta morto... mas o passado ainda não foi encoberto pela areia
O oceano de tempo sempre continua e água sempre volta ao mar
-sempre...
-eu estou morto...estou morto e só resta uma criança
-mas crianças... crescem
Você esta assustado demais pra morrer
E os fantasmas vão atormentar você pra você não desistir
Eles só são ruins por que você os quer assim!
-é..eu sou um espírito... e espíritos nunca morrem...huh
(ahhhh)
Eu morri
O sonhador morreu
Agora sou um espírito
Um espírito triste
Como a chuva
Mas espíritos nunca se vão
Todo tormento
E toda a dor
Vão fazer sentido um dia
Como minha morte
Eu vou saber o que dizer
Vou fazer o que eu quiser
Ou não...
Apenas fazendo... Apenas crescendo
Como uma criança que tem medo dos pais
Que quer sair anoite
Mas pensa duas vezes com medo do que eles vão dizer
Eu estou morto
Mas continuo andando como espírito
O espírito do sonhador, solitário como a chuva noturna.
Deixo praqueles que faziam parte dos sonhos
Memórias
Deixo pra eles
Meus desejos.
Não...
Eu deixo, eu mesmo...
(Rafaela Duccini - 9/12/2006)