Você, pessoa amada por mim, é por você e por mim que me entristeço diante da vida inevitável que nos foi imposta com altos custos.
É por nós que lamento não termos controle sobre nada além do que imaginamos.
Sabe amor, não controlamos nada e não somos capazes nem mesmo de assimilar nossa incapacidade diante dos instantes.

Estamos à deriva num mar de momentos aleatórios e apesar de acreditarmos estar no comando, amor, não estamos comandando nada além de nossas ações que são também ditadas por um texto que desconhecemos.
Entristece-me saber que sonhamos, desejamos e almejamos aquilo que supomos possível, quando tudo que é realmente possível é nos soltarmos ao vento.
A minha alma chora por aquilo que não alcançamos, não por desmerecimento, mas porque não nos anexaram um roteiro de uma futura sabedoria que seria de tal forma conveniente, que quase por ironia, inexiste.
Lamento pelos nossos casulos tão solitários, mas tão necessários para que seja lá o que houver, haja e sejamos estando ou não preparadas.
Esse meu amor infernal por você, pessoa, é o que faz com que meu escuro não seja tão assustador; que minha espera seja acompanhada por minha esperança quanto a você, e que meu desalento encontre um motivo muito válido de ser tragado pelos meus ares viciados de uma constante e inexplicável fé em nós.