SOMBRAS NA CALMARIA...
Rendo-me à beleza dessa noite. De onde estou dar para ver no céu um quadro com uma pintura espetacular! Na rua, a essa hora, apenas eu, minha caneta e uma agenda onde escrevo agora (não gosto muito de digitar em notebook). Estou habituada ao teclado bem maior que me permite escrever mais em menos tempo.
Todas as casas dormem. Nenhum passante. O bairro inteiro já se recolheu para junto com a noite recepcionar a madrugada daqui a algumas horas. Eu adoro esses momentos de silêncio, de recolhimento de meu Eu. Preciso disso para manter minha estrutura de pé.
Continuo na varanda e começo a pensar. Visualizo as cenas do cotidiano das ruas, do bairro, da cidade inteira. De repente, lembranças que eu não quero ter, chegam e me fazem voltar. Sou impelida, mesmo contra minha vontade, a rever outras cenas, outras imagens de momentos que ficaram perdidos na janela do tempo, lá bem distante, onde, certamente, não mais haverei de passar.
Nessa hora tenho que ser mais forte que essas sombras que insistem em povoar e tumultuar meu sublime e raro momento de paz no deserto. Fecho os olhos por alguns breves minutos e logo após volto a contemplar o quadro emoldurado de estrelas bem na minha frente.
As lembranças desfiguradas vão, lentamente se dissipando igual nuvem de fumaça que o vento leva para o lado norte. Tento canalizar meu olhar pensante para os bons momentos, aqueles que a gente se esforça a todo custo para preservar, para mantê-los vivos na memória. Porque vieram para ficar, e portanto, merecem ser duradouros ou quem sabe, eternos.
Já passa de meia noite... A cama me convida. Decido entrar para o quarto. E minha noite continua linda entre a calmaria e os meus pensamentos mais ousados, que me acompanham, me levam para a cama e me põem para dormir. E o meu sono não poderia ter sido melhor e mais feliz.
SOUSA - PB, 22/02/2012, à 0:18h...
Isis Dumont
Imagem (pela autora) do céu da cidade.
Rendo-me à beleza dessa noite. De onde estou dar para ver no céu um quadro com uma pintura espetacular! Na rua, a essa hora, apenas eu, minha caneta e uma agenda onde escrevo agora (não gosto muito de digitar em notebook). Estou habituada ao teclado bem maior que me permite escrever mais em menos tempo.
Todas as casas dormem. Nenhum passante. O bairro inteiro já se recolheu para junto com a noite recepcionar a madrugada daqui a algumas horas. Eu adoro esses momentos de silêncio, de recolhimento de meu Eu. Preciso disso para manter minha estrutura de pé.
Continuo na varanda e começo a pensar. Visualizo as cenas do cotidiano das ruas, do bairro, da cidade inteira. De repente, lembranças que eu não quero ter, chegam e me fazem voltar. Sou impelida, mesmo contra minha vontade, a rever outras cenas, outras imagens de momentos que ficaram perdidos na janela do tempo, lá bem distante, onde, certamente, não mais haverei de passar.
Nessa hora tenho que ser mais forte que essas sombras que insistem em povoar e tumultuar meu sublime e raro momento de paz no deserto. Fecho os olhos por alguns breves minutos e logo após volto a contemplar o quadro emoldurado de estrelas bem na minha frente.
As lembranças desfiguradas vão, lentamente se dissipando igual nuvem de fumaça que o vento leva para o lado norte. Tento canalizar meu olhar pensante para os bons momentos, aqueles que a gente se esforça a todo custo para preservar, para mantê-los vivos na memória. Porque vieram para ficar, e portanto, merecem ser duradouros ou quem sabe, eternos.
Já passa de meia noite... A cama me convida. Decido entrar para o quarto. E minha noite continua linda entre a calmaria e os meus pensamentos mais ousados, que me acompanham, me levam para a cama e me põem para dormir. E o meu sono não poderia ter sido melhor e mais feliz.
SOUSA - PB, 22/02/2012, à 0:18h...
Isis Dumont
Imagem (pela autora) do céu da cidade.