"NÃO" (COM EFEITO DE SIM)
Nasci! E logo notei ser metade. Faltava algo em mim que eu ainda não sabia descrever... O tempo foi passando e depois de alguns anos, sem que eu soubesse nasceu você. E mais o tempo passava, e eu já me desamava quando começou a amar. Alguém 'lá de cima', que já sabia tudo de nós fez nossos caminhos se cruzarem e no primeiro olhar eu te pertenci. Despi toda a tua alma e me infiltrei em teu ser. A essa altura tu já eras 'o menino dos meus olhos'. As minhas íris pareciam mais belas tamanha a felicidade por ter te encontrado. O mundo agora era furta-cor. Em minha volta, tudo parecia reluzir. E eis que alguém me disse: "é paixão!" E eu acreditei, porque acreditar era me tornar cada vez mais viva, era despertar para o mundo e me sentir inteira. E então você disse: "é amor!" E disse por ti, pelo que sentias. Mas eu acreditei como se estivesse me decifrando os sentimentos. Por que afinal, era amor também em mim. E nós nos amamos de um jeito tal que em mil gerações eu seria incapaz de esquecer. E o tempo passando, e a gente se amando, e o mundo girando... Até que descobrimos existir outras vidas em nossa volta. Sim, por longo tempo escolhemos não ver mais nada, afinal um amor assim era novo para nós. Mas o mundo existe para todos e todos para o mundo... As tentações da vida te fizeram fraco e nós sofremos as consequências de tudo para que nos fizéssemos fortes depois. O amor venceu. Porque em nenhum momento soltamos as mãos, mesmo com o peito sangrando. Por que mesmo em meio a lágrimas nossos olhares jamais deixaram de se cruzar. Alí percebemos que Deus é por nós e o quão eterno é nosso querer. Então nós, que nunca pensamos em desistir, confirmamos alí o nosso 'para sempre' num enlace de almas, de corpo e de coração que só mesmo os eternos amantes são capazes de entender... Tão bom é sentir saudade de ti! Tão melhor é 'matar' essa mesma saudade! Então eu te pergunto pra tentar te responder: CASAR?! Achas mesmo que temos o direito de dar ao nosso amor a possibilidade de ser finito? (É que essa palavra me assusta. Gosto da sensação de liberdade. Sei lá!...)
Petrolina, 24 de fevereiro de 2012.
Pra você, amor...