SE AS ESTRADAS FALASSEM

Não convém amiga a retomada,

a estrada juntos percorrida,

logo à frente um obstáculo apareceu.

Promessas nunca foram feitas

porque não se promete o que não se pode.

Então se à estrada ficou,

no acostamento,

Sonhos que na viagem fizeram,

não foi por desencanto que não realizou.

Foi porque na estrada atalhos apareceram

e a trilha traçada outrora sob risos,

não estava pavimentada por rijo asfalto.

E quando obra frágil a chuva inunda,

sabe-se que tudo cai e dores causa.

Não convém amiga à estrada retornar

Porque o que nela se viveu, não mais se viverá.

Então, estradas novas serão erguidas

e novos caminhos vislumbrados;

se nessas estradas da vida,

num cruzamento, nossas estradas cruzarem

saberemos que nos caminhos que elas levam

estão paisagens comuns que nos ligam.