COMO UM DIA DE DOMINGO

Que o tebano palácio e suas paredes,

protegido habitat de reis

e rainhas

beberrões do sangue do povo,

não suportem

os gritos sedentos de justiça.

Que a marcha adentre seus salões

e que nos labirínticos aposentos

não fique um só larápio.

Já é tempo do grito guardado

e sufocado, romper paredes e cristais.

Já é sem tempo que o palácio

seja ao povo devolvido

e seus ocupantes exibidos.

Que o vinho ceda para o leite

negado às gerações que pereceram,

e que se brinde a vida e não sepulturas.

Que a chuva que se avizinha no horizonte

traga boas novas e sementes brotem

no solo roubado de gerações guardiãs

do sagrado alimento.

Hosana!

Ouviremos sem obstáculos

o marchar de mãos dadas

de irmãos sem armas apontadas

pelo inimigo.

Será um dia de domingo no parque

e todos caminhando sem medo na face.