Eu e a velhice...
Eu e a velhice
A velhice está quase me acompanhando
As pernas estão ficando mais fracas
O andar menos lépido e empinado
A coluna que reclamou desde sempre
Agora manda mais recados
Constantes e contundentes
A libido, "Nossassinhora!"
Isso nem é mais recado
É um baita grito: Peraí!...
Continuo fingindo não ouvir
Afinal sei o que quero:
Viver tudo até a rapa
Enquanto a vida não escapa!
E como também sou esperta
Tal como muita gente por aí
Não quero, nem penso levar
Arrependimentos daqui!
Trabalho primeiro a mente
(Que manda e tem razão!)
Vivo com carinho e raça
Muito amor e compaixão!
Por todos e por mim
E também por esse corpo
Que me carrega a um tempão
E vou indo sem muita pressa!
Mas confesso meio assustada...
Com a pressa que o tempo tem!
Pois deu uma desembestada!
Quando penso que é segunda...
Tou na sexta e agoniada...
O fim de semana quando percebo...
Já é na semana errada
Na seguinte e atrasada rs
Não me diga que é velhice
Eu chamo de descompasso!
O tempo anda depressa e eu
Mesmo não estando parada
Não estou acompanhando
Toda a pressa do tempo
Nessa carreira danada!
Meu envelhecimento não é
Como este meu corpo mostra
Esta alma adolescente
Imortal e resistente
Infinita vida suporta!
Há séculos é existente
Sempre ativa vou crescendo
Assimilando conhecimentos
E isso é o que importa!
Mesmo meu corpo morrendo
Velho ou "menos" entenda
E espero não esqueça:
Jamais estarei morta!
Maria Lúcia de A. Ferreira
(Marilú)