DUAS DÚZIAS DE RIMAS QUE DÃO ÁGUA NA BOCA!
Procure no meu caldeirão
Um molho de cebola, tomate e pimentão
O jaraqui regado a limão
O mandi que dá nome ao algodão
O tucuruí delicia do meu coração
Procure na minha cidade
Vestígios do caramanchão
Outra rima de felicidade
Misturada com verdade
No chicote da falsidade
No esconderijo da identidade
E adoce tudo à vontade
Com laranja lima e limão
Abacaxi e melão.
Busque o perdão com sinceridade
Com o carimbo da terceira idade.
A pimenta que me esquenta
Que vem do acarajé
É o molho de murupi
Na farinha de uruani
Tucurui em forma de filé
Ou pato no tucupi
Procure na beira do meu fogão
Um suculento caldo de feijão
Um sarapatel, depois da pinga com mel
Ou pirarucu ou o pequenino pacu
Embrulhados em folhas de jambu
Ou um prato de “Maria Izabel”
Procure no meu acampamento
Frutas que me dão sustento
Cupuaçu, o tucumã e o biriba
A graviola, o açaí e a bacaba
Depois de uma sopa de tacacá
Lembrando da eugênia e da manga ubá
Procure na minha memória
Um peixe frito sem espinho
Ou Cabrito ensopado no vinho
Se quiser, dou-lhe um pedacinho
Mas do meu prato, nem um pouquinho
Procure no meu passado
Angu, feijão e Chicória
Mingau de couve, sem couve
Nem sempre fartura houve
Torresmo a esmo
No café quente
Lembro-me contente
Fazem parte da minha história
Canjiquinha com costela
O cheiro que vem da janela
Um bom assado de vitela
Fez nascer meu amor por ela
Procurem-me em barraquinhas
Comendo pipoca e paçoca
Saboreando uma branquinha
E comendo canjica com amendoim
E batida de capim
E aquele olhar que diz sim
Procurem-me aqui em Goiás
Comendo arroz com pequi
Um bom suco de abacaxi
E na beira do Araguaia
Curtindo uma bela praia
Arrasto um tucunaré
Um bom cozido de “gueroba”
Um arrozinho com taioba
E carne de jacaré
E pra finalizar
Um pão de queijo mineiro
Sabor bem brasileiro
Pra fazer inveja a estrangeiro
E depois que ele apreciar
Fica bem lisonjeiro
Fico por aqui minha gente
Esperar é que não dá mais
Quero um cascudo frito
Tão bom, quanto a carne de cabrito