DERRADEIRO SONHO

 

 

 

Lembrando de ti.

 

 

 

 

Hoje me peguei pensando em ti.

É um ritual santo de lembranças saudosas e intermináveis.

Lembro-me dos teus beijos doces, uma efemeridade que enlouquece e propicia sonhos.

São inesquecíveis os teus carinhos que eram insistentes, na verdade, era um encantador preparo para, de repente, te possuir mais adiante.

Jamais esquecerei o azul profundo dos teus lindos olhos, neles, eu perdidamente me naufragava.

Todas as noites cavalgam por mim os teus cabelos dourados e mesclados de furioso trigo maduro.

Mas no cavalgar do teu corcel, ó Valquíria trânsfuga,tu fugias  das minhas perdidas imaginações.

Minha bela, onde estão escondidos os teus seios?

Essas duas pequenas luas, íntimas torres rosadas da tua doce soberania.

Minha linda és bela pela considerável pulcritude do teu corpo, eu sei que nele, tu escondes a castanha despenteada que está estabelecida em teu púbis eterno.

Amava-te por bela e fofinha, quando graciosamente te expunhas nua na labareda fugidia da minha vida.

Ah, inesquecíveis são os teus lábios!

Naveguei-os, aspirando ao doce aroma de morango silvestre, que foi ali depositado com os teus esmeros.

Fui irreverente!

Saciei-me em tua boca abrasadora, e tu te extasiavas perdidamente perdida e santamente prostrada à luxúria e ao prazer.

Por isso:

Vou levar-te sempre nas minhas lembranças ensimesmadas pela vida afora, até que, eu ouça o teu grito por mim desesperado e derradeiro.

O que existe em nossas almas, essa comunhão de desejos, um dia, viveremos como se fosse um sonho, mas mergulhados na própria realidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 17/01/2007
Reeditado em 01/02/2007
Código do texto: T350178