O PÊNDULO

Há na parede um pêndulo, pendulando...

Olha pra mim e ressoa.

É um convite!

Convite a uma viagem que não desejo.

Resisto.

A vista turva evita o som da lembrança, ainda há pouco, apoucada pelo tempo.

Insistente pêndulo a puxar fios de memórias doídas.

Com uma força hercúlea resisto mais um pouco.

Pendular insistente, vence.

Sem forças, entrego-me.

E lá vou eu... De volta ao medo e ao abismo.

Absorta, vegetativa, num espaço emparedado e vil.

Não estou só.

Um algoz aqui, velando-me...

Sono que não chega apesar da maciez da masmorra de brancos lençóis, outrora.

Lugar escuro.

Amor-ódio em cena. Acenando dores e êxtases...

Para nos outros dias, o pânico!

Não mais!

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 12/02/2012
Código do texto: T3495319
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