HORIZONTE

São dezoito horas de um lindo entardecer.

Da janela do carro contemplo o crepúsculo.

E lá, bem longe, onde o céu parece encontrar com a terra, está o horizonte.

Será que, por detrás daquela linha sinuosa, distante, infinita, tem um mundo diferente?

Será que lá tem mais flores espalhadas pelos cantos,

pássaros a voar, animais a pastar?

Será que existem pessoas para amar?

Será que, do lado de lá, tem mais riachos cristalinos, mais luar?

Será o dia menos longo e as noites a reinar?

Quanto desejo tem nessa minha alma irrequieta, moleca e aventureira que me faz querer ir até lá e espiar por entre os montes, a fim de desvendar os mistérios que se escondem lá.

Qualquer dia desses vou pegar carona no meu cavalo alado que fica bem do lado esquerdo de minhas vontades e num vôo ligeiro e suave, chegarei lá.

E lá estando, brincarei com o vento e farei cosquinhas nas patas do meu cavalo com as plumas de um pavão.

Deitarei na grama verde e apreciarei os bichinhos que nela vivem.

Olharei para o céu e brincarei de inventar formas com o andar lento das nuvens.

Plantarei jardins!

Sairei correndo, descalça, saltitante como os animais do bosque.

Contarei piadas às centopéias. Trocarei segredos com as libélulas. Contarei minhas histórias. E elas sussurrarão as suas.

Se der fome ou sede, comerei pastéis de vento e beberei água límpida do regato.

E depois de muito ser feliz, montarei em meu cavalo e voarei de volta para casa, para enfrentar as insensibilidades cotidianas.

Qualquer dia destes lhe convido para conhecer este lugar.

Juntos, seremos fortes. Pararemos o tempo para viver a eternidade desse momento.

Poema publicado no livro "Curvas & Poesia" que se encontra no

site www.contoepoesia.com.br.

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 11/02/2012
Código do texto: T3493660
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