Sempre a Chuva
Sempre a chuva
Chove, e pela janela embaçada meus olhos insones contemplam
de forma infantil as gotas que caem... Bailarinas dançando a valsa do cisne.
Chove, e aos meus ouvidos é ritmo o som das águas que caem,
os trovões que vibram inesperados no centro de meu peito.
Chove... E eu tenho sede... Uma necessidade tão violenta
quanto estas águas tempestuosas que chegam acompanhadas dos ventos que destelham
casas. Nesta hora todos se abrigam, e eu apenas quero sangrar as mãos quebrando
os vidros desta janela que me impede de pisar os pés na terra molhada, de abrir
os braços e brincar com a sorte, em campo aberto, ser corpo erguido clamando
pelo descer de um Raio.
O mundo sempre parece calmo quando a tempestade passa, deixando
arvores caídas, vilas alagadas, e as tantas poças esporádicas onde posso de minha prisão ver boiar um papel
que antes embrulhava uma bala...
Com meus olhos insones contemplo de forma infantil este descartado embrulho, e
ele torna-se a barca que me leva ao
mundo cujo caminho apenas eu conheço.
Mundo atemporal, inconcebível, incompreendido...Entretanto neste Mundo não
existe janelas embaçadas, nem olhos caídos que desconhece a pratica da vida.
Neste mundo as flores falam, e de fato as gotas de chuva são bailarinas!
Thoreserc