EU NÃO SEI ESQUECER
Para meu mal, para meu bem, tenho uma memória implacável, o que faz com que as peças do passado sejam tão ou mais – quase sempre mais – vivas, em minhas mãos ou diante do olhar, do que a maior parte das peças do presente.
De granito, de cristal, de porcelana, de madeira, até mesmo de areia, eis-me com as peças sempre-vivas da minha vida nas mãos ou diante do olhar, como a paineira, signo dela mesma, signo também de outro ser que, ainda que eu o tenha tentado, nunca me foi possível arrancar de mim.
No início da madrugada de 10 de fevereiro de 2012.