Retratos
Uma gota de luz persiste em explodir delicadamente um sol se abrindo em flor dentro de uma criança de cabelos encaracolados, barroco o olhar em todas cores e sombras, é sempre essa asa aflita que desponta lume na carne.
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Abre-se o peito como se a nudez fosse a veste a peste e a pulverizasse pelo mundo atraída pelo vento mais distante e lá se refizesse de novo em todas as cinzas.
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Mistura o ventre a cabeça e as palavras nos pés e caminha como se flutuasse o seu mundo secreto de línguas e dialetos inaudíveis e intocáveis. Flutua dentro de um rio como raízes soltas de um barco como voos incendiados da água.