E aí? O que fazer?
Estou à última fase
A da pasmaceira, da maluquice, da cegueira.
Estou chegando à velhice
Sendo deixado de lado,
Ficando algo apegado a lembranças da meninice
Estou beirando a mesmices
Repetições, esquisitices
Necessidades estranhas
Cada vez mais anacrônico na aparência
Histriônico nas rotinas
Repetitivo, sovina...
Desesperado,
despreparado,
desagregado!
Foi-se meu tempo de rock
Bailes ingênuos, Woodstock
Admissão ao ginásio
...E agora?
Agora é hip-hop, balada, rodízio de petiscos
Que é que faço com isso?
Se minhas pernas já doem
Se minhas costas me moem
Quando em pé nas multidões?
Sim! Me sinto compelido
A saber como é que fico se me integro nessas tribos
...Mas sou quase um ancião
Que não quer perder a mão
nem se internar num abrigo.
Reflexão não faz mal
Se o tempo nos é fatal e está a me roubar
Sempre mais acelerado
Obriga-me deixar de lado
O que é típico, usual.
Por dentro dou um up-grade
Atualizo os conceitos
E este ano...
Eu vou pular no carnaval...