VIVÊNCIA

Que estranha sensação

Ver escorrer pelas beiradas

Como vela derretida

Nos candelabros da vila...

Tal qual um campanário

Vai tocar os sinos

Para quando ainda pagã

Ir rezar no santuário...

Não sabemos se vai ser curta,

Ou se alonga a existência...

Com suavidades ou penitencias

Vai deixando seu legado...

Com as mãos mesmo pequenas

Segurando a sua cruz

Vai viver a cada instante

Na busca de um caminho de luz...

Como grande forasteira,

A viajar por esse mundo

Vai buscar um grande amor

Para dividir o encantamento...

Vai obrar a sua obra,

E no meio do romance

Com a paixão arrefecendo

Vai aprender a diferencia

Do que é amor

Do que é paixão...

Vai consumir cada segundo

Como se fosse o ultimo instante

De estar vivo no universo

Ainda como amante...

E das marcas do destino

A vida se alimenta

Vai buscar em cada dor

A referencia de sua historia...

E no silencio de cada fase

E nas tormentas do pensamento

Vai jurar a si mesmo

Que tudo valeu a pena...

Vai matar ou vai morrer,

Vai sorrir ou vai chorar

Vai falar e depois calar-se

Ate encontrar o firmamento.