MARIA de AURELIO
Eu falo de ti. E quem me ouve, ouve porque gosta do movimento de meus lábios. Da cor do meu batom. Então tu ficas perdido, entre meu ombro amigo e eu, vagando... Mas tu és mesmo um bandido! Eu falo de ti, como quem ama e odeia. Porque odeio te amar. (Mas como eu te amo!) Como quem sente dor e foge do adeus... Eu falo de ti porque estás em tudo que faço, que falo, que ouço... Eu te respiro, inspiro, te bebo, te como, te fumo, te cheiro... Eu falo de ti porque é o que me resta nos dias de solidão. E porque sei que teu amor acompanha o meu. Falo porque ouço o som de teu desejo. E porque te vejo como um coração inundado de sentimentos. Ah, teu nome levarei até a minha lápide. 'Aqui jaz: MARIA de AURELIO'. Será a inscrição.