Auto crítica
CAPITALISTA E BURGUEZ
E Brasileiro, sim senhor !!!
Empatia entorpecida de auto-flagelo
Eu sou aquele homem de bem com a vida,
de satisfação garantida.
Um homem com alegria de viver
Aquele que está sempre na lista,
dos dez mais, não sei de que !
Sou aquele que sonha com o Guiness
Sou um maldito capitalista
Vilão sanguinista
Capa de revista
Sou aquele ardente pastor
redentor de almas perdidas,
de corpos sofridos, combalidos.
Uso o nome do Sr. Jesus,
para carregar multidões
para mutirões de caridade,
na minha cidade,
prego a castidade, detesto a santidade.
digo a todos que o Salvador vem aí
empunhando a biblia, como a espada
de um guerreiro sarraceno
reconhecidamente obsceno
escroto, mercenário,
atraz do dinheiro do otário
Aleluia, aleluia, irmão
Do meu coração,
Salve o estelionatário
com dízimos do calvário
Do calvário da minha vida,
Da minha vida sofrida
Uso o poder das palavras afiadas
Preparadas e ditas sagradas
Uso o terror das expressões
Complicadas, sofisticadas,
Que vem do além
Ou de Jerusalem
Que constam na bíblia sagrada,
Repetitivas, coercitivas.
Imperativas
Sutilmente restritivas
Convenientemente punitivas
e Claramente terroristas.
Faço a guerra em nome da paz
Sou o imbativel imperador Bush
Sou cordeiro na pele de Satanaz
Sei que todos estão ali,
por necessidades materiais
ou por crenças banais...
Mas eu, todo poderoso,
Um mentiroso asqueiroso
com a habilidade de um gato felino
Ao deus todo poderoso eu canto um hino
E realizo todos os seus desejos,
os deixo felizes e ainda lhes cobro dizimos.
Nao consigo explicar direito a quem salvar
e nem salvar do que.
Sou sinõnimo de politico
Que também tem horário na TV
Sou aquele que faz caridade
que compra amizade
Sou um burguez estilista
Um grande malabarista
Que não senta em buteco,
nao anda de treco
que rema nas ondas bravas da vida
como um surfista alquimista
ou com uma Ferrari na pista
Nasci Flamenguista
que anda de cabeça erguida
para nao admitir que é mais uma alma sofrida
com mil coisas mal resolvidas.
Sou aquele comerciante
Que um dia foi ambulante
Sob um maldito sol escaldante,
Mesmo não tendo sido estudante,
De saldo bancário abundante
Vida social estafante
Empreendedor e sonegador
Corrupto e corruptor
E se houver um complicador
Dou o tombo no fornecedor
Com cheque voador
Visado por um gerente safado
Que o transforma em cheque sustado
Sem ocorrencia que justifique
Aquele maldito trambique
Uso mão de obra de terceiro
E o chamo de parceiro
Também uso dinheiro de terceiro
E o deixo morrer no passivo
De um plano de contas nocivo
Sou Amigo do Vento,
que corre contra o tempo
quando posso, prendo e arrebento
Da série MOSTRADANUS
Autor : Luiz Bento Pereira
Mineiro, natural de Ponte Nova MG
Residente em Goiânia.