A LEI DO MAR

Em meio ao mar de Poseidon

Enfrentando a procela e vendaval

Sonhos deixados na terra Pátria.

No cais femininas silluetas despediam-se

Em lágrimas sem certeza da volta

Seus homens à partida também choravam.

E lá onde donzelas sucumbiram

Ao canto de Hermes e foram possuídas

Jaz nas narrativas heroicas, saudades.

O barco que obedece as ordens das ondas

Não lhe oferece resistência

Pois quem do mar é habitante

Desde idade ainda noviça

Aprende que contra as ondas

Forças humanas não existem.

Ulisses, o herói arrogante e intrépido

Num átimo de sabedoria que achava só sua

Não reconhecendo que da Natureza não se duvida

Desafiou o deus e castigado foi a vagar

Por dez anos em águas mais que tenebrosas.

E a sílfide Ninfa que ilha habitava

Domou o grande guerreiro e dele se fez senhora

Porém tomado de repentina lucidez

Pôs-se à fuga e ao mar retornou.

As ondas marinas deitam sobre os homens

Saudades das amadas e da comida brejeira

Do afago que acalanta fera mais que feroz

Homens poderosos perderam reinos

Nos braços de venturescas paixões.

E Atena que não cede seu arco companheiro

Tudo observa

Sobre nuvens que cobrem o oceano.

E o homem no instante que adentra ao mar

Já não domina a natureza

E, nem tampouco seu destino.

E no cais

Quem sabe se veja o retorno das Naus

E lagrimas se derramam de felicidade

Pela volta dos amados.