PEÇO UM TEMPO.
Chagaspires
Sou caminheiro deste mundo de meu DEUS.
Por caminhos difíceis andei e até hoje sobrevivi.
Houve tempo em que pelas plagas apressado corri.
Por trilhas sinuosas enveredei e muitas vezes vaguei ao Deus dará.
E nesse vai e vem da vida corre o tempo passam as horas, e eu quase nem notei.
Passagens doloridas, ladeiras íngremes, curvas sinuosas, subidas pedregosas.
As estações passaram e eu com elas passei.
Paisagens alegres, tardes coloridas, manhãs ensolaradas, épocas de amor intenso.
Hoje levanto a bandeira da vida, e peço ao tempo um tempo devagar, sem pressa.
Não quero mais pressa, e passo ante passo me arrasto pelo caminho.
Vou me achegando de mansinho a tudo que posso e todo conhecimento adquirido parece não ter sido suficiente e só agora é que vejo que nada sei.
Oportunidades perdidas, sonhos não realizados, amores vividos, o passado se torna futuro.
Caminho nas assas da recordação.
A multidão vagueia ao meu redor apressada, e nessa louca corrida não se apercebe que a passagem terrena é curta, é um quase nada.
Rápida como o vôo de um falcão atrás da presa, a vida segue seu rumo.
É como a correnteza caudalosa de um rio que leva o barco para o oceano.
Eu sou a história, faço parte agora do caminho.
Eu sou o caminho, sou despenseiro.
Em mim estão guardadas as peraltices da infância, os anseios da juventude, a vivência do homem e as coisas da terceira idade.
Sou passado, sou presente, sou um futuro que nem mesmo tempo tem.
A jornada parece querer terminar.
Não foi fácil, mas mesmo assim estou chegando.
Agradeço e só peço a DEUS mais um pouco de tempo.