JANELAS
Já nelas vejo a saudade
Pelas vidraças empoeiradas
Risco teu vidro com o orvalho
Com sabor da madrugada...
Já nelas retrato a vida
Peregrina como andarilho
Vejo por entre teus vidros
Os anos passados perdidos...
Já nelas vejo o tempo
A passar como atrevido
Gargalhando de um coração
Por ter um amor escondido...
Já nelas espreito a vida
A passar sorrateira
Como quem anda enrolada
Como pião e fieira...
Já nelas refletem as tramas
Das interfaces da vida
Janelas que abrem e fecham
Cicatrizando as feridas...
Janelas que brindam o sol
A raiar pelas vidraças
Refletindo nos corações
Vendo o amor com mais graça...