...sobre o PALAVRÃO...
Contemporaneidade,
Me irrita esse falar vulgar sem eira e nem beira, que quer ser Popular...
Popular meu bem, é dizer trem,
é dizer oxente, vigi, modi, chineli, lençoli, papeli, procê...
Popular meu bem,
é linguagem boa da cidade ou da roça,
coisa fina, coisa nossa...
sem preconceitos e sem defeitos...
Eu entendo e ocê também!
Me intriga tanta vulgaridade,
palavrão virou refrão,
precisava não!
Palavrão é só palavra grande pra ser dita quando nada resta...
para coisa que não presta, indigesta...pimenta no que não jeito!
Me incomoda,
a simplicidade perdida.
Me apavora a ideia de ver meus ouvidos se acostumarem ao que não dá para entender...
Me incomoda pensar que já não se pensa que há crianças na sala...
Me consola... saber que criança mesmo com tanta ofensa é pura e não assimila essa onda
desumana que se se intitula “expressão”, quando na verdade é agressão...palavrada,
qualquer coisa,
sei lá o quê!
Eu não quero saber não...
afasta de mim, este refrão!
Da vulgaridade não sou coevo,
Palavrão, não é liberdade...
Maldita “expressão”...apenas,
...AGRESSÃO!
Não é Popular... não é não!
Brasília – DF, 2012
Do imaginário poético da indignação.
*Popular - Que é do agrado do povo; que tem as simpatias, o afeto do povo.