Se porventura o destino ousar,
brincar de nostalgia conosco,
não me chame de amiga,
tampouco,
meneie o chapéu no encontro casual.
Há muito tempo sou uma outra mulher,
não me compare a Evita ou Anita.
Aquela primeira que te entregou o Ser,
passou a encenar apenas o Ter,
coisa significativa que aprendeu contigo.
Não tente desvendar esta que eu vivo,
não vai conseguir me reconhecer,
nas inúmeras mulheres que eu personifico.
Siga seu caminho monótono,
como boa leitora já sei até o seu destino.
Se o quiser,
guarde resquícios do que fui e suspire,
conservando meu cheiro no colarinho,
para saciar a saudade em dias que chove.
Olhe pela janela e acredite
sequer na lapela terá Flor bela, amigo!
