POESIA CONCRETA-ABSTRACIONISTA
Poesia concreta
de concreto
sem cal
sem cimento
a vida apertada num apartamento
a mente adeja pelo vento.
Poesias concretas, abstratas
impressionistas
loucuras oníricas
deuses e anjos correm em círculo
satãs e demônios irresolutos
O poeta resiste.
Diz que soldado morre soldado
Se não fosse homem não morreria
Então soldado não morre!
O relógio atrasa
E eu não morro
O relógio para, tudo para
E eu não subvivo
Morro
Para o o desespero dos homens incomuns.
O relógio sempre para
para os que são expelidos
da coisa chamada vida
para os são explodidos
pela bomba ou pelo avião
e nas alturas das torres
pensam que no céu estão
com o dólar ou com a malária
de Manhattan ou do Sudão
devorados pela aids
banidos pelo leão
do capital ou da savana
são heróis da resistência
e da globalização.