POESIA CONCRETA-ABSTRACIONISTA

Poesia concreta

de concreto

sem cal

sem cimento

a vida apertada num apartamento

a mente adeja pelo vento.

Poesias concretas, abstratas

impressionistas

loucuras oníricas

deuses e anjos correm em círculo

satãs e demônios irresolutos

O poeta resiste.

Diz que soldado morre soldado

Se não fosse homem não morreria

Então soldado não morre!

O relógio atrasa

E eu não morro

O relógio para, tudo para

E eu não subvivo

Morro

Para o o desespero dos homens incomuns.

O relógio sempre para

para os que são expelidos

da coisa chamada vida

para os são explodidos

pela bomba ou pelo avião

e nas alturas das torres

pensam que no céu estão

com o dólar ou com a malária

de Manhattan ou do Sudão

devorados pela aids

banidos pelo leão

do capital ou da savana

são heróis da resistência

e da globalização.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 02/02/2012
Reeditado em 02/02/2012
Código do texto: T3476183
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