(re)DEScobertas

Cada vez que crio, fico enamorada. Feliz.

Satisfeita como se aquele fosse o melhor texto de toda a minha existência.

Leio e releio. Contemplo. Reflito.

Depois de um tempo, rejeito.

Já não o quero mais.

Passo por perto, mas não toco.

Não abro. Não olho.

Esqueço.

Desfaço.

Até que um dia, muito ou pouco tempo depois, reencontro e de novo me encanto.

Como pude escrever tal coisa? Teria mesmo saído de minha cuca?

É como se não fosse eu.

É.

É uma outra eu que leio em tudo o que já escrevi um dia.

Tudo sem saber o que serei daqui para frente.

Escritora, só.

Escritora só.

Só escritora.

Y nada más.