MEU PRÓPRIO JÚBILO

O que é meu

O que é do outro

Convidam-me a uma reflexão...

É como se o que escrevo

Fosse para o nada

Parece que escrevo

Apenas para permanecer acordada...

Isso as vezes,

Parece-me em vão...

Parece que falo comigo mesma...

Em meio a essa ausência,

Em relação a presença do Outro

Fica a impressão

Que faço escrita

De minha própria fala...

De que forma alguém lê aquilo que escreve ?

De que forma alguém escreve aquilo que leio?

Onde é o começo e onde se estabelece o fim ?

Onde se estabelece o real e onde se firma o imaginário?

Será que escrevo meu inconsciente?

Será que leio minhas memórias?

Meu inconsciente faz cócegas em meu corpo

Que lançam para fora fragmentos de minha alma...

Qual o grau de compromisso

Que tenho com minha escrita?

E qual comprometimento que a leitura do Outro

Terá com o que escrevo?

Que faíscas acendem a força de minhas palavras?

O que abrando no outro pode atormentar outras historias?

Entre o que é meu e o que e do outro,

Ficam nos registros de minha escrita...

No desejo de reler cada palavras como se elas,

Minhas palavras,

Fosse o refil de meu próprio jubilo.