GLAUCOMA
De repente, um glaucoma,
Deixou meus olhos em coma
Roubando todo seu brilho.
Levou junto meu sonho,
O meu semblante risonho
Deixando-me fora do trilho.
Consultando a medicina
Descobri que minha sina
Era mesmo ficar cego.
Nem colírios ou cirurgias
Nas modernas oftalmologias
Resgatariam o meu ego.
O glaucoma é incurável
Não há nada comparável
A esta enfermidade.
Não permite transplante
Nem a célula dominante
Recompõe a normalidade.
É uma pressão silenciosa,
Incrivelmente maldosa,
Fazendo os vasos se romperem.
O campo visual fica tubular
Depois começa a apagar
Até as imagens desaparecerem.
Meu amigo fique atento
Descubra algum talento
Pra fugir da depressão.
Como forma de terapia
Recomendo canto, poesia...
Até dança de salão.